quinta-feira, 12 de maio de 2011

Como vamos viver em 24 meses?

Por: A Tribuna / CECIEx

O questionamento parte do coordenador do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus) da Associação Comercial de São Paulo, José Candido Senna. A preocupação dele é reflexo das reuniões com o grupo formado por exportadores e importadores de cargas de todo o estado.

Os 24 meses de que ele fala é o tempo necessário para a entrada em operação dos terminais para contêiner da BTP e da Embraport ­ pelo menos, segundo a estimativa atual. Até que estas instalações comecem a movimentar cargas, o Porto vai aproximando os números de capacidade e movimentação.
Em seu questionamento, Senna se refere ao cenário atual da movimentação de contêineres no Porto de Santos. Para ele, a situação pode ser comparada a um copo d'água prestes a transbordar. "Os dados de movimentação apresentados pela Codesp são louváveis, mas devemos palmas ao desenvolvimento econômico que o Brasil vem atravessando", declarou.


A preocupação do coordenador do Comus tem como base a relação entre capacidade e demanda de movimentação de contêineres em Santos. Com o Porto operando no limite, ele chama a atenção para os tempos de estadia de contêineres em pátios e os custos crescentes para a movimentação no complexo santista.

Segundo o coordenador, o aumento da produtividade nos terminais portuários pode ser intensificado com o trânsito aduaneiro de contêineres para zonas secundárias (fora da área portuária). Essa medida permite maior agilidade nas operações, mantendo livres as áreas primárias do Porto. "Se essas medidas não forem tomadas com rapidez, os recordes podem se tornar tiros que começam a cair no pé".

Para Senna, entre os fatores que agravam a situação de um porto que opera beirando os limites de capacidade, além dos custos logísticos, estão a demora na expedição das Declarações de Trânsito Aduaneiro (DTA) e a insuficiência de capital de giro de importadores para nacionalizar os lotes de importação. "Sem a liberação das mercadorias, os pátios acabam virando depósitos e essa não é a função deles", afirmou.

Com relação aos exportadores, Senna destacou a falta de previsibilidade de embarques e os cancelamentos de escalas em níveis preocupantes. "Empresas enviam cargas cinco ou seis dias antes do necessário e causam todo aquele transtorno nos terminais".

Sr. José Candido Senna é membro do CECIEx e Coordenador do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroporto do Estado de São Paulo.

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