domingo, 10 de julho de 2011

Amcham vê novos avanços na disposição política dos EUA para eliminação de subsídios agrícolas

Gabriel Rico, CEO da Amcham-Brasil.
Por: Gabriel Rico, CEO da Amcham-Brasil

Para a Amcham, cresce a disposição política nos EUA no caminho da eliminação de diversos subsídios destinados à produção agrícola local. O movimento é positivo para o Brasil e foi reforçado na última quinta-feira (07/07), quando senadores dos EUA, dos partidos Democrata e Republicano, entraram em acordo para eliminar os benefícios concedidos aos produtores de etanol de milho americanos e a tarifa de importação desse combustível.


“Diante da necessidade de se cortar despesas orçamentárias, os subsídios como um todo estão em xeque nos Estados Unidos. O Brasil, uma potência no setor agrícola, tende a ser beneficiado”, disse Gabriel Rico, CEO da entidade.


Medida recente

Em 16/06, o Senado aprovou uma emenda para acabar com os subsídios ao etanol, inserida no projeto de lei de revitalização da economia americana, um programa amplo de direcionamento de recursos federais para regiões menos favorecidas do país. Esse pacote está parado no Senado.

O objetivo do acordo da quinta-feira é acelerar o processo, incluindo o fim dos subsídios no projeto de lei que estabelece um teto para os gastos públicos e precisa ser aprovado até 02/08. Estima-se que os subsídios aos produtores de etanol americanos somem US$ 6 bilhões anuais.

Com base nas discussões dos senadores, outros caminhos que podem ser adotados para agilizar o andamento da matéria podem ser um projeto para abordar exclusivamente o fim do subsídio ao etanol ou a criação de um dispositivo tratando do tema dentro de um projeto que aborda outras questões tributárias.

De qualquer maneira, o fim do subsídio do etanol ainda terá que passar pela aprovação do Senado e da Câmara e depois seguir à sanção do presidente Barack Obama.

Impacto

De acordo com o CEO da Amcham, o fim dos subsídios americanos ao etanol de milho, assim como da tarifa de importação de US$ 0,54 por galão são medidas que, quando aprovadas, favorecerão a colaboração entre Brasil e EUA para criar padrões comuns e transformar esse biocombustível em uma commodity importante no mercado global.

Para Rico, em termos de exportações, o Brasil sentirá o impacto positivo da mudança somente a médio e longo prazos, uma vez que sua produção atual é insuficiente para abastecer inclusive todo o mercado interno, além do fato de que os preços no mercado doméstico são hoje mais favoráveis do que os no exterior.

Referência para outros países

Na visão da Amcham, a movimentação política para o cancelamento dos subsídios ao etanol americano tende a criar uma referência aos demais países desenvolvidos que mantêm esse tipo de mecanismo.

“Muitos países desenvolvidos, principalmente os europeus, também estão endividados e poderão iniciar uma discussão a respeito dos subsídios, até porque a geração de empregos proporcionada por eles é discutível”, considerou Rico.

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