quarta-feira, 29 de junho de 2011

Saiba colocar sua empresa no mundo

Por: Ógui / Especial para o Terra

Preparação e financiamento facilitam internacionalização

O estabelecimento de relações de comércio exterior mais dinâmicas e integradas ao mercado mundial aumenta a competitividade do Brasil em escala global e são instrumentos para a elevação da produtividade e eficiência das empresas brasileiras, fortalecendo também o mercado interno. Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que, em 2010, o comércio exterior brasileiro registrou corrente de comércio recorde de US$ 383,6 bilhões, com ampliação de 36,6% sobre 2009, quando atingiu 280,7 bilhões. As exportações encerraram o período com valor recorde de US$ 201,9 bilhões, crescimento de 32% em relação a 2009.


Esse é o caminho natural para a expansão dos negócios de empresas brasileiras consolidadas e reconhecidas em seu mercado de atuação e também eficientes em seus processos produtivos. Mas antes de alçar voo internacional é necessário estudar os países-alvo, seus mercados, custos, concorrência, exigências e barreiras de cada um, para então desenvolver um plano de ação que defina como a empresa atuará, em qual segmento de mercado e como captará clientes. “Se não houver planejamento, haverá desperdício de recursos” afirma Maria Tereza, da Costa, sócia da MTC Consultoria e instrutora do curso de preparação para exportação.

Seja exportando seus produtos ou implantando fábricas em outros países, o comércio exterior ainda é um desafio para os empresários brasileiros, segundo Maria Tereza. “Em muitas empresas, os diretores e gestores não têm conhecimento de comércio exterior porque o Brasil não tem histórico de participação no mercado internacional”, diz.

Apoio financeiro

Alguns segmentos considerados estratégicos pelo governo federal possuem linhas de financiamento com custos e prazos diferenciados, voltados especialmente para a produção brasileira de bens e serviços de maior valor agregado.

O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), principal financiador do governo federal, por exemplo, possui linhas específicas de financiamento à internacionalização de empresas e à exportação de produtos pré e pós-embarque. Os custos do financiamento para internacionalização são mais baratos do que para exportação, mas o valor mínimo a ser financiado é de até R$ 10 milhões. “Isso acaba limitando o numero de empresas que podem participar”, afirma Paulo Camurugi, presidente da Associação de Empresas de Comércio Internacional (AECI).

O programa Pró-Plástico, por exemplo, oferece apoio à internacionalização de empresas de capital nacional da cadeia produtiva dessa matéria-prima derivada do petróleo. Além da internacionalização pela implantação de unidades produtivas no exterior, o programa apóia projetos de incorporação, fusão e aquisição de empresas.

Entre os programas de auxílio à exportação, destacam-se: o Pró-Aeronáutica, que financia a produção de bens e serviços de micro, pequenas e médias empresas da cadeia produtiva da indústria aeronáutica brasileira; o Pró-Farma, para empresas com sede e administração no Brasil que exportam itens da cadeia farmacêutica e médico-hospitalar o e Pró-Soft, destinado a empresas brasileiras de exportação de software e serviços de TI de qualquer porte.

Camurugi destaca a importância do crédito para as empresas brasileiras. “Toda empresa que quer atuar fora do país precisa de financiamentos, pois é o que acontece lá fora com seus concorrentes. Não dá para ser competitivo em um mercado tão difícil, pagando os altos juros cobrados no mercado interno”, diz.

Para Maria Tereza, entretanto, a preparação para o comércio exterior é anterior à captação de recursos. “Nos financiamentos, é obrigatória a comprovação das exportações e é necessária a responsabilidade do exportador quanto a prazos. Se não há planejamento, não há como fazer essas comprovações”, explica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário