terça-feira, 22 de março de 2011

Eximbank americano vai percorrer cidades brasileiras

Por veja.abril.com.br

O presidente do banco de exportações e importações dos Estados Unidos (Eximbank), Fred Hochberg, quer aumentar empréstimos a empresas brasileiras

Poucas horas após o avião presidencial americano, o Força Aérea Um, levantar voo em direção ao Chile, os efeitos da visita de Barack Obama já começam a ser sentidos no meio empresarial e vão além dos dez acordos bilaterais fechados em Brasília, no último sábado. Em um dia de conversas com executivos na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e na Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil), Fred Hochberg, presidente do Export-Import Bank (o Eximbank, que equivale nos Estados Unidos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), afirmou que as portas (e carteiras) de seu banco vão se abrir às empresas brasileiras, caso elas estejam interessadas. Para tanto, a instituição realizará um ‘road show’ em capitais do país, como Rio de Janeiro e São Paulo. Os eventos serão realizados ainda em 2011, com organização da própria Amcham, afirmou o CEO da câmara, Gabriel Rico. "É inédito que, logo depois da visita do presidente americano, sua equipe de primeiro escalão permaneça no Brasil para fazer negócios e conhecer empresários", disse Rico ao site de VEJA.

Durante a permanência de Obama no Brasil, Hochberg, que estava acompanhado do Secretário de Comércio americano, Gary Locke, reforçou que o Eximbank irá conceder um empréstimo de 2 bilhões de dólares à Petrobras para importação de equipamentos americanos – linha que havia sido montada há cerca de dois anos. A primeira parcela, de 300 milhões de dólares, deve sair ainda no próximo mês. Além disso, o executivo anunciou a criação de uma linha de 1 bilhão de dólares para infraestrutura no Brasil, com o objetivo de, sobretudo, financiar as obras necessárias à realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. "Espero que essa seja a primeira de outras que venham a ser utilizadas por empresas brasileiras", afirmou Hochberg na Amcham.

Apesar das boas intenções, as operações do Eximbank não tem sido coroadas de sucesso. Hochberg reclamou a empresários que o crescimento do banco é lento no país. Segundo ele, enquanto os investimentos na Colômbia, nos últimos dois anos, passaram de 30 milhões de dólares para 5 bilhões de dólares, as liberações no Brasil seguem inferiores a 100 milhões de dólares – compostas de alguns pequenos contratos fechados com a Líder Aviação e empresas do Nordeste.

Sobre a curiosa dificuldade de oferecer crédito em um país cuja demanda não para de crescer, o executivo foi evasivo. Em entrevista ao site de VEJA, afirmou que ainda não conhece as peculiaridades do mercado brasileiro e que está trabalhando em conjunto com a Embaixada dos Estados Unidos para conseguir detectar os problemas. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam, contudo, que, com pouca divulgação entre o empresariado nacional, o Eximbank é ofuscado pela presença do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como principal fonte de crédito para investimentos no país.

Em 2010, o banco americano firmou um acordo de cooperação com o BNDES com o objetivo de financiar importações de produtos americanos por empresas brasileiras, mas negócios (de fato) ainda não foram fechados. Após almoço na sede da Amcham, em São Paulo, Hochberg reuniu-se com representantes de multinacionais dos EUA, como Pepsico e Walmart, para discutir formas de apoio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário