quarta-feira, 16 de março de 2011

Importação de GNL de fornecedores diversificados é saída para reduzir depedência de gás natural boliviano

Por Amcham Brasil / Recife

Com a instalação de unidades de regaseificação em Pecém, no Ceará, e na Guanabara, Rio de Janeiro, finalizadas em 2009, o Gás Natural Liquefeito (GNL) importado tem ganhado espaço no mercado brasileiro. A expansão nas importações desse combustível é importante para o País amenizar a depedência do gás boliviano, que já corresponde a mais de 50% do gás natural consumido internamente. É o que analisa Ignácio Tavares de Araújo, professor doutor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).


“A importação de GNL dá ao País a vantagem de diversificar seus fornecedores de gás natural. Com a atividade, podemos comprar dos Emirados Árabes Unidos, da Guiné Equatorial e da Nigéria, entre outros. Temos potencial para ampliar essas importações. A unidade de regaseificação de Pecém (CE), por exemplo, ainda tem capacidade de expansão no processamento de GNL de mais quatro milhões de metros cúbicos por dia, quase 50% da capacidade total” explicou Tavares, que participou do comitê de Energia da Amcham-Recife, nesta terça-feira (15/02).

Um dos entraves para aumento na compra de GNL pelo Brasil é o preço. Segundo Tavares, o gás natural boliviano transportado via gasodutos ainda é o mais barato para o País, mas deixa o mercado nacional “refém” das instabilidades econômicas e políticas da Bolívia. Com a importância desta fonte na matriz energética brasileira, essa não é a situação ideal, de acordo com o professor da UFPB.

Gás natural no Nordeste

Durante o comitê de Energia, Tavares analisou ainda o contexto de distribuição e demanda de gás natural no Nordeste. O último gasoduto a entrar em atividade na região, ligando Pilar (AL) a Ipojuca (PE), em 2010, consolidou a distribuição de gás natural, totalizando 1.924 km de extensão. Entretanto, para o professor, esse processo ainda está restrito apenas ao litoral.

“É preciso realizar a interiorização desse gás natural. Isso seria de grande valia para aumentar a atratividade de investimentos para a região. Devido à ausência de gasodutos que atendam ao interior do Nordeste, perde-se a oportunidade de atrair, por exemplo, indústrias que têm necessidade de gerar vapor em caldeira, como a indústria cerâmica”, comentou Tavares. A situação é agravada pelo fato de que não há previsão para ampliação na malha de gasodutos na região.

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